sexta-feira, 1 de junho de 2012

Nasci num lar cristão. Meu pai era evangelista e sempre trabalhou ativamente na igreja.


Já ouvi muitos relatos de pessoas que se envolveram na homossexualidade e que resolveram contar sobre sua libertação. Já ouvi casos de pessoas que afirmaram não terem passado por um processo de transformação, mas vivenciaram uma mudança instantânea. O fato é que, desde que comecei a procurar informações sobre este assunto, foram muitas histórias que apareceram – histórias interessantes, com grandes vitórias e algumas nem um pouco bem sucedidas. Identifiquei-me com alguns relatos, mas alguns pontos importantes presentes em minha vida nunca foram relatados. Dessa forma considerei oportuno escrever um pouco sobre minha caminhada com Deus.


Nasci num lar cristão. Meu pai era evangelista e sempre trabalhou ativamente na igreja. Minha mãe também sempre esteve à frente de alguns trabalhos. Cresci, então, aprendendo a viver em Cristo, ouvindo a Palavra de Deus e me envolvendo nas atividades da igreja. Estava entrando na adolescência quando meu pai foi consagrado a pastor. Achei muito interessante isso no início, até porque ele sempre fez o trabalho de um pastor, mesmo quando era evangelista. Depois de um tempo, comecei a não gostar tanto da idéia – quem é filho de pastor sabe que as coisas não são tão fáceis para nós. Hoje, no entanto, glorifico a Deus por ter sido criado em uma família como a minha e por ter sido filho de pastor, pois tudo isso faz parte da minha constituição como parte integrante do Corpo de Cristo.


Eu e meu pai tínhamos uma grande diferença de idade. Como ele tinha um trabalho secular e a igreja para pastorear, seu tempo em casa era bastante escasso. Assim, tivemos um relacionamento bem distante. Tive uma infância tranqüila, mas já me sentia diferente dos demais garotos. Não sabia o que seria essa diferença, mas eu não me via como sendo igual a eles. Fui crescendo e na escola, por vezes, ouvia alguns insultos dos colegas, pelo fato de não jogar futebol como eles e por andar muito com as meninas da classe. De certa forma, tudo isso me incomodava, embora eu não soubesse o que havia de errado comigo.

 10


Chegou então à puberdade e, com ela, várias descobertas, incluindo a masturbação. Lembro-me de que já ouvira meus colegas falarem sobre essa prática e um dia, por curiosidade, comecei a me masturbar. Sempre pensando nas minhas colegas, fui descobrindo o prazer que vinha desse ato, imaginando como seria uma relação sexual com as mulheres. Até esse momento, não pensava nos garotos.


Certo dia, minha mãe e minha cunhada estavam conversando e de repente começaram a falar sobre sexo. No meio da conversa, surgiu alguma referência à masturbação e minha mãe falou que era pecado, pois o homem ficava pensando em alguma mulher para sentir prazer. Aquelas palavras ficaram ecoando em minha mente, num misto de temor, confusão e decepção pelo fato de algo tão bom e aparentemente tão inocente ser pecado.


Pouco tempo depois, vem à minha mente um pensamento: “Um homem se masturbar pensando em uma mulher é pecado; e se ele pensar em outro homem será isso pecado também?”. Após esse pensamento, veio a ideia de experimentar essa nova “modalidade” e ver se o prazer seria o mesmo. Percebi que isso também trazia uma satisfação e então comecei a me estimular freqüentemente dessa forma, ou seja, pensando em homens.


Na época eu não tinha noção do que estava fazendo comigo mesmo e das conseqüências desse padrão de pensamento. Deixei então de pensar nas minhas amigas e imaginava algumas intimidades com meus colegas. Em minhas fantasias, nunca imaginava uma relação sexual; eu não tinha noção de como seria isso. Melhor dizendo, não passava pela minha cabeça que um homem poderia fazer sexo com outro homem. Parece estranho dizer, mas durante toda minha adolescência essa prática era acompanhada de certa ingenuidade no que se refere ao sexo. Somente muito tempo depois fui perceber que, em todos aqueles anos alimentando tais fantasias, foi-se construindo um padrão de pensamento e meu corpo foi-se condicionando a responder a esses estímulos até que não conseguia mais me excitar pensando em uma mulher.


E assim foram os anos se passando e já nem tinha curiosidade em relação ao corpo de uma mulher. Tive alguns poucos contatos com pornografia, quando trabalhava em uma loja e vi algumas revistas Playboy. Mas eu sempre tinha um medo muito grande de pecar; então via as revistas rapidamente, mas nada daquilo entrava em meu coração.

 11


Durante muitos anos, meus colegas na igreja me procuravam para falar sobre as dificuldades que enfrentavam em relação à pornografia e eu sempre os aconselhava. Não entendia, no entanto, por que aquilo os prendia tanto, visto que das poucas vezes que eu vi não me senti preso a esse pecado. Apenas olhei como se olha um catálogo de produtos. Por todos esses aconselhamentos e pelo meu comportamento e envolvimento na igreja eu era visto como um rapaz exemplar e de muita confiança. Todos olhavam para mim como um modelo a ser seguido, mas somente eu e Deus sabíamos o tanto que eu sofria por sentir atração por outros homens.


Nesse meio tempo, tentei por diversas vezes deixar o vício da masturbação – sim, eu era viciado nisso. Depois de muitas tentativas, aos 21 anos Deus me libertou dessa prática. Fiquei vários anos sem me masturbar, mas ainda havia muitos sinais de impureza sexual em minha vida. Para mim, no entanto, tudo isso já era um grande avanço, uma vez que estava livre da masturbação. O que eu não compreendia era que a pureza sexual envolve outras renúncias e que “pequenos” sinais de impureza podem levar ao vício sexual.


Somente fui ter um envolvimento com pornografia bem mais tarde, por volta dos 25 ou 26 anos, quando vi um link na internet e surgiu uma curiosidade que me levou a acessar um site pornográfico. Na verdade eu sabia que aquele link levaria a uma página de conteúdo adulto, mas eu fiquei curioso para ver quem seria aquela mulher. Para minha surpresa, pela primeira vez a pornografia iria me prender. Fiquei extremamente excitado ao ver aquela mulher e ao mesmo tempo confuso e feliz por saber que sentia prazer diante da nudez feminina. Em meio àquela confusão/excitação, procurei outros sites com outras mulheres.


Inicialmente, eu via apenas fotos. Com o tempo comecei a ver vídeos de sexo e de repente me vi viciado em masturbação – que era algo que já havia vencido – e pornografia. Foram muitas lutas, muito choro para me libertar de tudo isso. Nessa época eu era muito amigo de um pastor com quem pude me abrir sobre esse problema (pornografia e masturbação apenas; não falei sobre a atração por homens). Aprendi muito nesse período e pude ver e entender o que meus colegas passavam. Vi que não era tão simples assim. Que somente saber os versículos certos e saber que era pecado não me afastava de tais atos.


Depois desse envolvimento, de tempos em tempos eu me via preso novamente a esse pecado. Certo dia, resolvi ver fotos de homens. Comecei vendo apenas fotos sensuais e até que me vi assistindo a vídeos de sexo gay. Estava espiritualmente frio e não conseguia abandonar aquele pecado.

 12


Foi necessário muito quebrantamento para que eu abandonasse esse vício. Depois disso, esse passou a ser um pecado que sempre me assediava e por vezes eu me rendia a curtos momentos de prazer para, então, me arrepender e me quebrantar novamente.


A jornada para a restauração sexual é árdua e quando caminhamos sozinhos, o fardo parece mais pesado. Durante muitos anos eu lutei sozinho, até que um dia, assistindo a um programa na TV, vi uma entrevista de um pessoal que desenvolvia um trabalho interessante em que abordavam todas as questões que envolvem a pureza sexual. Resolvi procurar nas redes sociais algum grupo ou comunidade que discutisse sobre restauração sexual e encontrei algumas pessoas que passavam pela mesma luta que eu. Conheci diversos irmãos que estão em processo de transformação e que me ajudaram a entender muitos aspectos envolvidos nessa caminhada.


Pude me abrir com várias pessoas e, principalmente, trazer à luz algo que estava escondido dentro de mim. Nesses relacionamentos, temos encontrado cura e identificado questões emocionais a serem trabalhadas.


Hoje, ao olhar para trás, vejo o quanto Deus me guardou em toda a minha vida de uma maneira especial. Até chegar à vida adulta, eu praticamente não tive nenhum contato com homossexuais (não que eu soubesse). Costumo dizer que Deus me deixou “ilhado”, totalmente afastado desse meio.


Aprendi que estamos em uma jornada e que, em Cristo, há restauração para a sexualidade.


Aprendi que Cristo e o Espírito Santo estão trabalhando em minha vida e que o objetivo final é que eu me torne mais parecido com Jesus. Nesse processo em que Deus me molda à imagem de seu filho, a sexualidade representa apenas um aspecto que está sendo transformado. Há outras áreas em que Deus está trabalhando e não posso me esquecer disso.


Aprendi que relacionamento com Deus é a chave para a restauração da identidade e que, em segundo lugar, vêm os demais relacionamentos. As curas emocionais não se dão na reclusão e sim nas relações saudáveis com homens e com mulheres.

13


Aprendi quem em Cristo está o verdadeiro modelo de masculinidade que deve ser perseguido por todos os homens que estão no caminho da santidade.


Com todas as pessoas com quem conversei, todos os relatos que ouvi e a cada dia que passa, tenho plena convicção do que eu quero e do que eu não quero para mim. Tenho uma convicção que é maior do que qualquer tentação ou desejo que eu possa sentir.


Aprendi que o padrão de pureza sexual de Deus é muito elevado, mas que isso não é motivo para não buscá-lo. Pelo contrário, deve-se confiar apenas na graça e na misericórdia de Cristo. Mesmo com toda minha impureza, sei que a obra redentora de Cristo é suficiente.


Aprendi que não é por que eu nunca me envolvi sexualmente que eu sou puro ou especial, mas que é por causa do sacrifício completo de Cristo que eu sou aceito por Deus.


Aprendi que ser homem é muito bom, mas melhor ainda é ser um homem segundo o coração de Deus.


Aprendi que em Cristo somos livres para escolher o que fazemos com nossos desejos impróprios.


Aprendi a me importar com o dia de HOJE. HOJE eu quero ser santo. HOJE eu quero ser puro.


Aprendi que quando Cristo é a resposta para meus anseios, então tudo termina bem.

Aprendi que  não  importam as dificuldades  ou tempestades; CRISTO

é quem “nos leva ao porto desejado” (Salmos 107: 30b)


Com este breve relato, quero encorajar a todos que lutam contra sentimentos por pessoas do mesmo sexo. Se você nunca se envolveu, agradeça a Cristo por te guardar e saiba que você não precisa experimentar o estilo de vida gay para ter certeza de que não nasceu para isso. Saiba que Deus te ama, te entende e Ele sabe quem você é; portanto, não importa o que os outros dizem, nem o que os seus sentimentos querem dizer a você. Suas tentações não determinam quem você é. Somente Deus pode te dizer sobre sua verdadeira identidade. E essa identidade você somente conhecerá

14


quando você conhecer a Deus. À medida que você conhecer a Deus e a sua Palavra, então você conhecerá a si mesmo.


Você é amado por Deus. Ele caminha com você nessa jornada. Por isso: NUNCA PARE DE LUTAR!







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...