sexta-feira, 1 de junho de 2012

MUITOS ABUSOS SEXUAIS ACONTECEM COM PARENTES...VEJA!


Era uma vez um casal que planejou ter uma criança, e esse seria o primeiro sobrinho, o primeiro neto, o primeiro orgulho da família, mas acontecimentos mudariam a rota dessa história. Seria esse o começo de uma história de ficção, mas disso só tem o “era uma vez”.


Nasci nessa família com grande ligação religiosa, fui criado para ter fé, para considerar a Deus e ao próximo, porém até certo ponto sozinho, já que era filho único. Convivi bastante com adultos, meu pai trabalhava muito e minha mãe me levava para todos os lugares, mas lembro que um fato em si mudou drasticamente a maneira que eu encararia a vida. Aos 4 para 5 anos de idade mais ou menos, fui convidado por um familiar, não muito mais velho que eu, para uma “brincadeira” num lugar, só soube do que se tratava quando cheguei a esse lugar. Fui violado digamos assim, sem requintes de violência, aquela “brincadeira” pareceu ser algo interessante de se acontecer, era algo novo. Ele me pediu segredo sobre o assunto, mas sem ameaças. Aquela “brincadeira” se repetiu inúmeras vezes, até que outras crianças também eram iniciadas naquilo ali. Depois daquele dia, nunca mais vi os meninos da mesma forma, chegando até mesmo em alguns momentos rejeitar ter nascido homem, pois se eu fosse menina, poderia ter aquele sentimento naturalmente. Parece definitivo falar que uma criança de 5 anos pensasse dessa forma, mas era o que eu tenho memória plena de como era o meu pensamento naquela época.


Um dia, minha mãe e tia, me chamaram para conversar, pois havia um surto de crianças abusadas naquela época, e temerosas, resolveram me alertar para que não deixasse que alguém fizesse algo que era feio, descabido e fora de propósito. Enquanto falavam, vi que a tal “brincadeira” era algo errado, e me calei, não disse nada a ambas sobre o fato de já estar passando por aquela situação, afinal era errado e também o meu segredo particular.







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Os anos foram passando, e essas experiências sexuais duraram até os 10 para 11 anos quando as mudanças do meu corpo aconteceram, e o sentimento de que aquilo deveria parar aumentando e que Deus poderia me castigar por aquilo tudo como havia aprendido. Porém, as fantasias com outros garotos e romantizações sempre permaneciam. Apaixonei-me por uma menina na escola que estudava, era um namorico de adolescentes, que não deu muito certo. Logo me vi apaixonado por um garoto da minha sala, foi um martírio, dias de choro, de sofrimento, isso durou mais de dois anos. Depois houve outro garoto e mais outro.


Nesse pano de fundo, meus pais falavam em divórcio, tudo aquilo era aterrorizador para mim, então com a fé que tinha aprendido e até ensinava outras crianças num curso daquela linha de fé, fazia orações para que eles não se divorciassem, pois eu seria a única criança sem os pais juntos já que todo mundo tinha os tinham do meu círculo de amizades. Não adiantou nada, eles se divorciaram e nossas dificuldades financeiras começaram, pois meu pai tinha outra família. Eu, minha mãe e meu irmão mais novo agora estávamos sós. Uma tristeza imensa tomou conta de mim e desejava morrer todos os dias. Todo dia acordar era um sofrimento anunciado, me xingava em frente ao espelho, odiava tudo em mim, a morte realmente seria a solução para as minhas angústias. Até que conheci realmente aquele que eu tinha ouvido falar, mas era uma figura tão apagada pra mim, Jesus. Ganhei uma nova vida, a vontade de morrer desapareceu, a atração pelo mesmo sexo ficou ali soterrada, nem lembrava que existia isso. Tinha agora uma turma na igreja, mais ou menos a minha idade, agora sim tinha chegado ao meu lugar, em contato direto com o Criador do Universo. As guerras interiores, as angústias, estavam enfim sendo submetidas ao espelho de Deus, me enxerguei realmente na imagem que ele me mostrou.


Mas, tudo que não é encarado, não desaparece, uma hora vem á tona e com mais intensidade ainda. Comecei a ser rondado e sondado pela serpente igual à Eva, tinha certezas como ela, mas a proposta da serpente pareceu bem interessante, e as certezas de Deus em mim, não eram tão certas assim. Reencontrei uma pessoa que fez parte da minha infância na igreja, fiquei sabendo de coisas que pareciam surreais. Lugares, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo que eram totalmente fora das minhas até então fantasias, fora de tudo que eu conhecia. Um mundo realmente novo, o mundo GLS.


Não demorou muito para que eu fizesse uma escolha, me dar uma chance para um relacionamento com outro homem. Já que tinha orado, jejuado, feito campanhas e eu achava que tudo aquilo já tinha finalizado, vi que realmente era algo que poderia viver, não tinha escolhido aquele



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sentimento, mas o que eu queria naquele momento era colocá-lo para fora. Começou a peregrinação das buscas de um relacionamento estável, tranqüilo e fiel. Afinal eu tinha preceitos cristãos e não queria sexo por sexo, apesar de poucas vezes ter me submetido a isso. Eu queria algo mais, e por que não?


A balada não era o ponto principal, era só um lugar para ver pessoas que de semelhantes só o mesmo sentimento, fora isso via uma euforia no ar travestida de alegria. Alegria mesmo era ali com Deus, na igreja, que vinha do interior, aquilo tudo ali era euforia, mas estar ali era até interessante. O mundo virtual era um lugar até certo ponto seguro para conhecer pessoas, mais do que em baladas. Horas e horas de buscas, de conversas, de seleções, de namoros virtuais, de encontros reais. Algumas surpresas, outras decepções. O namoro não passava de tentativas, logo as reais intenções das pessoas apareciam.


Passado um tempo, em meio a essa busca do príncipe encantado, recebi uma boa proposta de emprego, pois Deus permanecia o mesmo apesar de eu não. Então parei com toda aquela prática, para digamos honrar o que Deus estava me dando. Fiquei dois anos sem ir às baladas, sem me envolver com alguém, mas tudo de novo somente soterrado, nada encarado. Minha vida espiritual parecia ir muito bem, sempre gostei de ler a palavra de Deus (Bíblia), passar horas lendo e meditando. Ia aos cultos, parecia tudo muito bem mesmo. Até que um dia, me senti carente, e voltei a entrar nos chats com a desculpa, que já tinha passado tanto tempo, e o ciclo de pessoas passaram por ali, será que não tem alguém de verdade para mim?


A resposta não demorou muito. Conheci um rapaz que era de outro estado então seria inviável algum relacionamento, apesar de acreditar que existia algum tipo de namoro virtual (aliás, acreditei várias vezes nisso). Mas um dia, chegou um rapaz. Eu não estava tão disposto assim, já que já vinha machucado demais para tentar. Não acreditava mais no que diziam, e tinha levantado barricadas para me proteger de um novo relacionamento. Mas ele disse a coisa certa na hora certa. Encontramo-nos, parecia tudo perfeito, até a página dois. Uma traição atingiu ali e tudo que era uma certeza naquele relacionamento caiu. Naufragou mais uma vez o pseudo envolvimento que tinha. Sentei com o Senhor e perguntei o que estava errado. Não sabia gostar diferente, sentir diferente, mas e o que eu sabia sobre a palavra de Deus no quesito homossexualidade era bem claro. Deus me mostrou por que aqueles relacionamentos não davam certo, era que o lugar que eu queria colocar alguém, já tinha alguém ali há alguns anos. Era o lugar de Jesus Cristo.




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